quarta-feira, 28 de março de 2007

Filosofia - Sexo, amor, o homem e a natureza.



“Olhe para a humanidade, o homem está doente, cheio de doenças acumuladas em cinco, seis, dez mil anos”. Normalmente é dito que o homem está errado isentando a cultura de responsabilidade. O homem tem se deteriorado, mas nossa cultura e religião têm sido enaltecidas, e agora nos deparamos com o resultado disto.
Dizem: “O homem está errado; o homem deve se transformar”; após dez mil anos, a cultura e a religião ainda são incapazes de nutrir o homem com amor, assim, se nesse período não houve expansão deste sentimento, não será nos próximos dez mil que ocorrerá. A civilização e a tecnologia, mudam, mas o homem será sempre o mesmo, pois, a base está defeituosa, o homem atual é a prova disto. O homem, apesar de estar mais civilizado, culto e religioso, está mais insensível ,a corrente que liga os homens, pelo amor, está quebrada ou bloqueada por pedras que foram colocadas, obstruindo o fluxo da natureza. “O Ganges não pode jorrar, não pode fluir novamente”. O amor como essência da natureza está no interior de cada um, mão se pode extraí-lo de algum lugar no exterior pois está preso dentro do homem, basta libertá-lo, é como uma estátua que já existindo para o escultor, está coberta de pedra fundida, não se cria uma estátua, e sim, a descobre. O amor se mostra se não houver barreiras, as barreiras da falsa cultura impedem que o homem seja inundado por ele. “Nada pode destruí-lo, o amor é inevitável, é nossa natureza.
“O Ganges flui no Himalaia”, por mais distante e oculto que esteja o oceano, o rio encontrará o caminho, mas se as obstruções forem feitas pelo homem, como diques, pode ser que ele não consiga chegar no oceano. “O homem pode impedir um rio de chegar no oceano”. Na natureza não existe desarmonia, os obstáculos naturais são desafios para despertar energia, a maioria das obstruções são criadas pelo homem, se estes bloqueios forem removidas conscientemente, o amor poderá fluir, elevar-se até tocar o supremo.
“A obstrução mais óbvia é a censura da paixão, a verdade é que o sexo é o ponto inicial do amor”. O amor é a transformação da energia sexual.
Os elementos do carvão são os mesmos encontrados no diamante, são a mesma coisa, são dois pontos de um mesmo processo de milhares de anos.
Se você menosprezar o carvão por considerá-lo de pouca importância, a possibilidade deste se transformar em diamante acaba aí mesmo, assim, a possibilidade de qualquer progresso é fechada.
A energia do sexo pode florescer no amor, mas a maioria está contra ele, esta oposição não permite que a semente germine, destruindo o “Palácio do Amor” nos alicerces, a aversão ao sexo tem destruído esta possibilidade.
Quando a luxúria é transcendida, o sexo pode tornar-se amor.
“A mente é venenosa, lute contra ela”, assim tem-se dito. A mente existe no homem assim como o sexo, contudo, espera-se que o homem fique livre dos conflitos internos, esperando-se uma existência harmoniosa, mas como lutar e ser pacífico ao mesmo tempo? Seria com montar de dois cavalos, esticar duas rédeas, Jesus, no Evangelho de Tomé, disse que isto é impossível, não disse difícil, mas IMPOSSÍVEL.

sábado, 17 de março de 2007

Mitologia - Perséfone.



Deméter, deusa da colheita, também chamada de Ceres pelos romanos de onde se origina a palavra “Cereais”; deusa da fertilidade da terra, mais amada do que temida pelos homens.
Deméter teve uma filha com Zeus, chamada de Perséfone, as duas, mãe e filha, participavam juntas nos ciclos da vida cósmica, humana, vegetal e animal, contudo, Hades, encantado com sua beleza ao ver a jovem deusa num campo de trigo, apaixonou-se por ela, acabando por raptá-la no intento de tê-la como esposa, levando-a em sua carruagem negra puxada por cavalos negros. Sua mãe, Deméter, após nove dias e nove noites incessantes de busca sem sucesso, desiludida, torna-se estéril e toda a terra padece, tornando-se infértil; ficou tão abalada que Zeus teve que impedir o casamento e enviou Hermes, o único que podia entrar no Inferno, para buscá-la , mas Perséfone havia comido umas semente de romã que lhe fora dado por Hades, tornado-se fértil e sentindo-se madura, para a surpresa de Hermes, resistiu em voltar à superfície.
Zeus, então, acordou com o Senhor da Morte que Perséfone ficaria nove meses com sua mãe e três meses no submundo com ele, seu marido; se não fosse o fato de Perséfone ter comido as semente que o deus da Morte havia lhe dado, seria entregue totalmente a sua mãe, nestes três meses de desolação, nada seria fertilizado na terra, sendo assim, este período se tornaria o Inverno; Perséfone voltava na primavera e a partir daí tudo a vida recomeçaria na terra, nos seres humanos, os sentimentos de compaixão, amor, amizade e de solidariedade eram exacerbados.
Perséfone torna-se, como esposa de Hades, a Rainha do Inferno.

domingo, 11 de março de 2007

Soneto - Augusto dos Anjos.


As Montanhas

Das nebulosas em que te emaranhas
Levanta-te, alma, e dize-me, afinal,
Qual é, na natureza espiritual,
A significação dessas montanhas!

Quem não vê nas graníticas entranhas
A subjetividade ascensional
Paralisada e estrangulada, mal
Quis erguer-se a cumíadas tamanhas?!

Ah! Nesse anelo trágico de altura
Não serão as montanhas, porventura,
Estacionadas, íngremes, assim,

Por um abortamento de mecânica,
A representação ainda inorgânica
De tudo aquilo que parou em mim?!

Augusto dos Anjos

sábado, 10 de março de 2007

Mitologia - Céfalo e Prócris



Aurora apaixonou-se e raptou o jovem Céfalo, este levantava antes do amanhecer pra caçar e era recém-casado com Prócris. Diana que era protetora da bela jovem e presenteara esta com um cão, Lelaps,o mais veloz que poderia existir e com um dardo que nunca errava o alvo, estes presentes de Diana, foram dados a Céfalo por sua esposa, este resistiu às propostas de Aurora que irritada acabou deixando-o partir, dizendo: - Vai, ingrato mortal, fica com tua esposa, a qual hás de lamentar de ter conhecido. Céfalo voltou a sua vida normal com sua esposa e suas caçadas matinais pelos bosques.
Certo dia, uma divindade irritada enviou uma raposa pra devastar a região, os caçadores não conseguiram capturar o animal e solicitaram de Céfalo seu cão, este, disparou atrás da raposa, o cão não conseguia abocanhar a raposa que de toda a forma conseguia escapar, de repente, instantaneamente, os dois animais pararam, os deuses, protegendo a vida de ambos, os petrificou.
Céfalo, mesmo sem o cão, voltou às caçadas como de costume, afinal seu dardo era demasiadamente eficiente, quando já estava cansado e o sol estava alto, procurava uma sombra e estando nu era afagado pela brisa e dizia: - Vem, brisa suave, vem afagar-me e leva o calor que me abrasa. Alguém que passava pelo bosque ouviu suas palavras e imaginando que estivesse falando com uma mulher, contou a Prócris, esta, ansiosamente, aguardou até a manhã seguinte e saindo escondida de seu marido, se escondeu no bosque para verificar a denúncia; no horário de costume, Céfalo deitou-se para descansar, repetiu as palavras: - Vem brisa suave, vem afagar-me; acrescentando: Sabes quanto te amo, tu tornas deliciosos os bosques e minhas solitárias caminhadas! Ouvindo um ruído no meio do bosque e imaginando ser uma caça, o caçador lançou o dardo que certeiramente atingiu o alvo, mas o ruído era de sua esposa, Céfalo tentou de toda forma estancar o sangue e salvar a vida de sua amada, mas era tarde demais e esta antes de morrer, disse estas palavras: Imploro-te, se algum dia me amaste, se algum dia mereci de ti benevolência, meu amor, que satisfaças minha última vontade, não te cases com essa odiosa Brisa!

Mitologia - Diana, a deusa caçadora.



Diana a deusa guerreira Filha de Júpiter e Latona, deusa-virgem da lua, irmã gêmea de Apolo, o deus Sol, vestia-se com uma curta túnica equipada com um arco de prata e flechas, deusa caçadora, destemida, deusa do parto, da natureza e da colheita, protetora das cidades, dos animais selvagens e das mulheres, apesar de ser caçadora, pune todos que caçavam por esporte ou por maldade, representa a feminilidade e virgindade, personifica o espírito feminino de integridade, autoconfiança e de independência que possui imunidade a paixão, permitindo que a mulher seja completa sem a presença de um homem, deusa tríplice, donzela, mãe e anciã. Ártemis representa a lua crescente, frágil e tornado-se cada vez mais forte e brilhante, representa o lado puro, independente e dinâmico da deusa.
Diz uma lenda que uma gota de orvalho da noite queria ser estrela, elevou-se ao mais alto do céu e brilhou tão intensamente que as outras estrelas admiradas a fizeram rainha, surgindo, então a lua, deram seu nome de Diana, numa certa manhã, Lúcifer caminhando pelo céu, perguntou a nuvem quem era aquela bela donzela, esta respondeu que era Diana, a rainha das estrelas, Lúcifer se apaixonou e fez dela também sua rainha, foi correspondido, contudo, foi expulso dos céus por Hera, Diana desceu até a Terra, conheceu os humanos e estes fizeram dela, também sua deusa, esta encontrou seu amado no submundo, tiveram filhos e reinaram sobre os homens.
Em outra lenda, Diana teve uma flha com Lúcifer, Aradia (Rainha das bruxas), um dia Diana disse a sua filha que seria necessário que ela renascesse como mortal e ensinasse na Terra a arte da bruxaria. Diana não permitia ser visto nua, diz a lenda que Actéon, filho do rei Cadmo, após uma caçada, adentrou a uma caverna onde havia uma fonte que formava uma bacia de água cristalina onde Diana costumava se banhar, a deusa foi surpreendida pelo caçador desatento e atirando água em seu rosto e disse: - Agora, vai, e dize, se te atreves que viste Diana sem suas vestes; o caçador fugiu, mas imediatamente foi transformado em um alce, foi perseguido por seus cães e morto, somente quando exalou o último suspiro a ira da deusa se desfez.
Hino a Diana.
A deusa em mim habita em suas três diferentes formas.
Quando a lua cresce no céu, sou Ártemis nos bosques.
Busco os caminhos virgens e neles mostro minha força em cada ramo.
Sou Ártemis quando busco os montes e anseio por novos rumos,
Quando repudio os limites e não existe o medo.
Sou Ártemis quando me lanço sem amparo do cume feito com todas as pedras que tentam , inúteis , bloquear meus atos deliciosamente insanos.
Assim sou Ártemis.
Quando no céu a lua é cheia sou Démeter de coração no olhos.
Busco o amor imensurável e ofereço aquele que habita em meus infinitos braços.
Sou Démeter quando procuro meu filho em cada ser, quando quero ser ave, mãe e ninho em um só tempo.
Sou Démeter quando meu colo se torna morto e suplica dolorosamente pelo lançar de ancoras de todas as embarcações.
Assim sou Démeter.
Quando a lua mingua, sou Hécate de toda a escuridão.
Busco a linguagem da alma e descubro ser eu mesma tudo aquilo que me ameaça.
Sou Hécate quando a solidão importa e quando fim torna-se causa e razão.
Sou Hécate quando penso na morte e encontro o que sou antes de tornar-me outra.
Assim sou Hécate.
E assim a Deusa habita em mim, e em suas três diferentes formas.

História - Hatshepsut – 1503-1482 aC



Hatshepsut foi a primeira faraó da história, mas não apenas isso, a ela era atribuído divindade e realeza, isso tem grande relevância, pois, o Egito era uma sociedade dominada pelos homens, no Período Ptolomaico, as mulheres não poderiam nem ser rainhas, no máximo, esposa dos Rei, governou o Egito por vinte e dois anos, filha do faraó Tutmés I, após a morte deste, casou-se com seu meio-irmão Tutmés II, tornando-se rainha aos dezessete anos.
Tutmés II deixara um filho que teve com uma concubina, Tutmés III, que herdaria o trono, contudo, era muito novo e assumiria assim que tivesse a idade para tal., enquanto isto, Hatshetsust se tornaria a jovem Faraó, chegou a este posto com todo o cuidado, assumindo-o só após um certo tempo, foi bastante inovadora na parte administrativa, tinha uma visão pacífica, abandonou a guerra e priorizou a expansão comercial enviando expedições marítimas paro o Mar Vermelho.
Resultado de sua inovada administração construiu grandes monumentos em homenagem a Amon-Rá, além de outros , como, os quatro grandes obeliscos em Karnak em homenagem a Tutmés I, e um templo de pedras, Speos Artemidos, chamado assim pelos gregos, em Beni Hasan, mas merece o maior destaque, o templo Dayr al-Bahri onde inscreveu seus maiores feitos e construiu sua câmara mortuária e uma nova tumba para seu pai., esta última tinha um outro objetivo, que era de legitimar seu poder com a lembrança de Tutmés I. Hatshepsut cuidou da educação de Tutmés III, seu enteado-irmão, enviando ao templo de Amon.
A faraó poderia ter até mandado matar seu herdeiro bastardo, já que tinha poderes pra isso, ao invés disso, cercou-se de oficiais leais e ainda casou sua filha Neferuru com o herdeiro , após a morte da princesa, este começo a exigir o posto de faraó, mas somente o conseguiu com a morte da rainha.
Provavelmente, Hatshepsut, morreu de causas naturais, contudo, se cogita que pode ter sido assassinada, tudo que fora registrado em seu nome foi apagado, estes registros, foram encontrados graças a trabalhos arqueológicos a partir do século XIX.

História - Uma breve história da erva-mate



Em visita ao apartamento da família Mendes Gonçalves em Campo Grande - MS, tive a sensação de estar num museu de História regional, fotos, livros e objetos antigos, não pude deixar de escrever alguma coisa relacionado à erva-mate e a Cia. Mate Laranjeira.
Em 1882, através do Barão de Maracajú, Thomaz Laranjeira, consegui a concessão para explorar a erva-mate na fronteira com o Paraguai, iniciando as atividades em 1883 a margem do Rio Verde, firmando o povoamento na região de Amambai.
A origem e o uso da erva-mate vem do hemisfério sul com a população pré-colombiana, era chamada de "caá" pelos Guaranis do Paraguai e Uruguai que diziam possuir, nesta, diversas propriedades, “descanso para os músculos” (Relaxamento muscular), atenuante de fome, “levantadora das forças alquebradas" (estimulante físico) e alto poder afrodisíaco, contudo, por um tempo, a erva foi condenada pelos jesuítas, pois, diziam que tornava o espírito do índio altamente belicoso, anos depois, os próprios jesuítas recomendavam seu uso por se tratar de uma planta medicinal, no início do século XVII já se tinha um maior conhecimento desta planta que “produzia força”, possibilitando carregar nas costas as “braçadas” de folhas a muitas léguas no caatin (erval) até o ponto de embarque no rio.
Inicialmente, a erva era quebrada e mascada, os índios, ainda, comiam sua semente com mel, passando-se, depois, a ser consumida como chá, chimarrão e tereré, os luso-espanhóis passaram a imitar os aborígines no uso do “tomar erva”; "o mate é um grande estimulante dos músculos e dos nervos, assim como do cérebro, facilita a digestão sem afetar o coração nem perturbar o sono, auxiliando o bom funcionamento do intestino e dos rins” (Dr. Shunck de Goldelin, médico francês).
Algumas denominações da erva-mate, matin (linguajar quíchua), chá-de-paraguai, chá-dos-jesuítas, erva-do-diabo, yerba santa e ka’a (Guarani).
A Guerra do Paraguai contribuiu para o surgimento do ciclo da erva mate no Mato Grosso do Sul (Antigo sul do mato grosso), as demarcações levaram Thomaz de laranjeira em contato com os ervais nativos nessa região, estabelecendo em Concepción – PY, iniciando sua exploração.